dimarts, 9 de novembre del 2010

O Iberismo

Os povos ibéricos sempre andaram juntos, às vezes com uma história comum, às vezes em paralelo.
Da Hispânia romana, através do reino visigótico e à presença árabe, a unidade foi uma constante. Com a Reconquista esta unidade encontra-se fragmentada e cada povo funciona de forma autónoma; apesar disso, a visão da unidade ibérica esteve sempre presente, e a prova disso é a política de alianças matrimoniais. Com Filipe de Habsburgo esta unidade se concretiza, reunindo sob uma sola corõa as Espanhas e Portugal. Mas em 1640, por diversas razões, separan-se outra vez os seus destinos.

E chegamos ao século XIX, quando surge o Iberismo como tal; um movimento que procurou emular o sucesso da Unificação alemã e do Risorgimento italiano. Das Cortes de Cadiz (as cortes constiuintes espanholas de 1812, durante a invasão napoleônica), tentou-se uma aliança liberal com Portugal, juntando forças para combater o absolutismo e o Antigo Regime. E na segunda metade do século, este iberismo adquire um caráter progressista, federal e republicano.

Com o Ultimato Britânico de 1890 contra o colonialismo português, ou com o chamado Desastre de 1898, e a perda das últimas colônias espanholas, surgem novas vozes pedindo a união ibérica, especialmente desde o nacionalismo periférico, a fim de recondudir a deriva peninsular. A essas vozes une-se, por exemplo, a de Miguel de Unamuno o Teófilo Braga.

E assim vemos que, mesmo a Constituição da Segunda República espanhola, reconheceu a dupla nacionalidade hispano-portuguesa. Ou Francesc Macià, que proclamou "l'Estat Català integrat en la federació de Repúbliques Ibèriques". Depois vieram as ditaduras fascista de um lado e outro, e finalmente a democracia, embora no caso de Portugal, de forma muito mais digna. Em 1986, ambos os estados incorporam-se no projecto europeu.

Neste novo cenário é onde tem maior sentido completar este sonho chamado Ibéria. Criar um projeto forte na Europa, capaz de desempenhar um papel na comunidade internacional, plenamente democrático e federal, que finalmente resolva as dinâmicas centrípetas e centrífugas, onde sejam respeitadas nossas línguas, culturas, história e identidades; em suma, onde todos sintamos-nós confortáveis.

«Não serão as vontades dos homens, mas as leis da História que vão alterar a atual estrutura da Península Ibérica. A melhor maneira de se produzir essa evolução será dentro de uma Europa unida».
Agustí Calvet, Gaziel. (1887-1964)

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