
De facto, pode-se dizer que Portugal nos deve uma. Imersos ambos, em 1640, em uma guerra contra Castelha, eles se conseguiram livrar-se e se proclamar independentes, ao ter o grosso das tropas inimigas centradas em Catalunha. Falávamos disso, em um jantar memorável, adiante do rio Tejo, em Lisboa, com Mário Soares e Manuel Alegre. Este último, candidato da esquerda à presidência de Portugal e bom conhecedor da poesia catalã, é um destacadíssimo poeta, romancista, vice-presidente do Parlamento e autor do preâmbulo da constituição de seu país, onde o primeiro valor ao que se faz referência é a "independência nacional". Já desde a época de sua ativíssimo exílio em Argélia, tem unido sempre as propostas de esquerdas com a defesa da identidade nacional, sem nenhum tipo de complexo.
A iniciativa privada catalã já faz tempo que tem em Portugal um peso notável, enquanto, pelo contrário, as relações políticas entre partidos instituições são, de facto, praticamente inexistentes e as culturais são mínimas. É uma lástima que assim seja e que não possamos beneficiar de uns fluxos de relações que tão positivos seriam no âmbito cultural, para nossas línguas, e económico, pensando sobretudo no mercado tão interessante que configuram os países de língua portuguesa. E, logicamente, também na política.
(artigo publicado em NacióDigital.com)
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